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Mark Twain se referiu a ela como o maior dos luxos do mundo, afirmando que "quem a provou sabe o que os anjos comem". Ele está longe de ser o único entusiasta. Doce, de polpa vermelha e suculenta, a melancia (Citrullus lanatus) é uma das frutas de verão mais populares e o resultado de mais de 5.000 anos de domesticação e seleção artificial. Nem fervido, nem cru: a melhor forma de preparar o brócolis para ter o máximo de vitaminas antioxidantes HIV: Brasil elimina transmissão do vírus da mãe para o bebê e registra menor número de mortes por Aids em três décadas Originárias do nordeste da África — particularmente das regiões do Egito e do Sudão — as melancias selvagens originais eram mais amargas e fibrosas do que as que conhecemos hoje, com uma polpa mais pálida e amarelada. Seu alto teor de água e a capacidade de se conservarem por semanas as tornavam um recurso valioso, especialmente durante períodos de seca. Com o tempo, os agricultores começaram a selecionar exemplares menos amargos e mais doces, com polpa mais macia, e no século III d.C., textos hebraicos como o Talmude mencionavam a melancia entre as frutas doces. Benefícios Com seu sabor doce e refrescante, e uma composição que é mais de 90% água, a melancia conquistou um lugar indiscutível entre as frutas de verão mais populares. Além disso, seu baixo teor calórico — aproximadamente 30 calorias por 100 gramas — a torna uma opção leve e, ao mesmo tempo, satisfatória. Além disso, “fornece uma variedade de compostos bioativos, como citrulina e licopeno, quantidades significativas de vitaminas A e C e minerais como potássio, cobre e magnésio”, afirma César Casavola, presidente da Sociedade Argentina de Médicos Nutricionistas (SAMENUT). Esse perfil nutricional oferece diversos benefícios, entre os quais os nutricionistas destacam os seguintes: 1. Ajuda a manter a hidratação A regulação da temperatura corporal, o funcionamento normal dos órgãos, o fornecimento de nutrientes às células e o estado de alerta são apenas alguns dos processos corporais que dependem de uma hidratação adequada. Para sobreviver às festas de dezembro: médico e nutricionista dão 10 dicas que evitam (e curam) a ressaca Casavola indica que, graças ao seu alto teor de água, o consumo de melancia proporciona hidratação essencial, especialmente em contextos de calor ou atividade física, ajudando a manter o equilíbrio hídrico e a regular a temperatura corporal. “A atividade física piora quando há qualquer grau de desidratação. A melancia tem alto teor de água e também contém um precursor de um composto vasodilatador (citrulina), que beneficia a função vascular”, explica Casavola, que recomenda incorporá-la, por exemplo, em smoothies antes do exercício. 2. Pode reduzir a inflamação. Estudos iniciais sugerem que a combinação de antioxidantes, licopeno e vitamina C presentes na melancia pode ajudar a reduzir a inflamação e os danos oxidativos. O licopeno, um composto encontrado na melancia e um poderoso antioxidante, está associado a efeitos benéficos na saúde cardiovascular e a um risco reduzido de certos tipos de câncer, afirma Casavola. Embora os resultados dos estudos sejam mistos e mais pesquisas em humanos sejam necessárias, a ingestão de licopeno tem sido relacionada a um menor risco de câncer de próstata e colorretal. Por outro lado, a citrulina, um aminoácido não essencial que é precursor do óxido nítrico, atua como vasodilatador dos vasos sanguíneos e pode melhorar o fluxo sanguíneo, acrescenta a nutricionista. Um estudo com animais observou que ratos que receberam pó de melancia como suplemento a uma dieta pouco saudável desenvolveram menos estresse oxidativo e níveis mais baixos de proteína C-reativa — um marcador inflamatório — em comparação com aqueles do grupo de controle. Possível efeito diurético O nutricionista Milagros Sympson, explica que a combinação do alto teor de água com a contribuição de potássio e citrulina faz com que o consumo de melancia possa ter um certo efeito diurético. Já montou a árvore de Natal? Saiba qual é a data certa na tradição cristã “O grande volume de água ingerido aumenta o fluxo sanguíneo para os rins, estimulando-os a produzir mais urina para manter o equilíbrio hídrico. O potássio, por sua vez, ajuda a regular o equilíbrio de fluidos e eletrólitos, facilitando a eliminação do excesso de sódio e água do organismo", afirma o especialista. Consumo Ideal para incorporar na alimentação diária, costuma ser consumido fresco, em cubos ou fatias, mas também pode ser apreciado em sucos, smoothies ou até mesmo em preparações frias, como saladas e gaspachos. Congelado, é uma alternativa saudável e refrescante ao sorvete industrializado. Devido ao seu baixo teor calórico e efeito saciante, é uma escolha comum em dietas de baixa caloria ou para controle de peso. Além disso, sua textura suculenta e doçura natural a tornam especialmente atraente para crianças e pessoas com baixo consumo de frutas.

Vítima registrou boletim de ocorrência após ser agredida durante relação sexual e solicitou medida protetiva

A vida de Allane de Souza, pedagoga, doutora em linguística, mãe dedicada e sambista em plena ascensão, foi interrompida de forma brutal nesta quinta-feira (28), dentro do colégio onde trabalhava. Ainda em choque, o seu melhor amigo há quase duas décadas, Fabiano Magdaleno, professor de geografia do Cefet, conta que Alanne construiu uma trajetória acadêmica e artística com esforço próprio — e que vivia, havia meses, com medo do colega que a assassinou. Magdanelo diz que a preocupação dela com o comportamento do orientador educacional não era recente. Ele perseguiu colegas mulheres, acumulou conflitos internos no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) e já havia sido afastado por problemas psicológicos. — Ela tinha muito medo dele. Muito — lembra Fabiano. — Ela dizia que não iria mais trabalhar na mesma sala que ele. Quando colocaram ele de volta, ela pediu imediatamente para não ficar ali. Por isso passou meses em home office. Segundo ele, o servidor mantinha um padrão de hostilidade especialmente direcionado a mulheres em posição superior: — Quando o embate era com um homem, ele abaixava. Com mulheres, não. Mesmo convivendo com esse temor, Allane seguia movida por objetivos claros — e por uma determinação que impressionava quem a acompanhava. Servidora concursada, começou no setor de apoio ao estudante, tornou-se coordenadora e buscava se qualificar para dar o próximo passo: ser professora universitária. Tinha doutorado na área de linguística, incluindo uma temporada de estudos na Dinamarca, e estava concluindo uma segunda graduação, em Letras, para poder disputar concursos acadêmicos. — Ela tinha objetivos e não queria nada imediato. Ia trabalhando passo a passo para chegar onde queria — conta Fabiano: —O sonho dela era ser professora universitária. Mesmo depois do doutorado, cursava Letras porque queria fazer tudo do jeito certo. Ao mesmo tempo, Allane crescia no samba — outro campo onde construía espaço com persistência. Cantora, instrumentista e compositora, frequentava rodas tradicionais e já era reconhecida em casas do circuito carioca. — Ela estava crescendo muito na música — diz o amigo. —Estava cantando no Renascença, e onde chegava os grupos chamavam ela pra dar canja. Queria mostrar que mulher não é só para cantar: tocava pandeiro, aprendia cavaquinho, estudava violão. Estava sempre se aprimorando. A maternidade, porém, sempre foi prioridade. Mãe de uma menina de 13 anos, Allane adaptava compromissos para passar tempo com a filha e mantinha com ela uma relação de extrema proximidade, relata Fabiano: — Elas eram confidentes. Faziam tudo juntas. A filha era a grande prioridade da vida dela. Nascida no Morro do Pinto, Allane se orgulhava da trajetória construída sem privilégios, guiada pela própria força. Para o amigo, esse é o legado que ficará: — Ela fazia questão de dizer: ‘Eu sou bonita, mas sou muito mais que isso’. Ela queria ser reconhecida como intelectual e como artista. O que ela deixa é essa força, de vencer, de subir degrau por degrau, de se fazer respeitar, mesmo quando era mais difícil para ela. Ela venceu por conta própria. Esse é o legado dela. Crime aconteceu na sexta-feira Duas funcionárias foram mortas a tiros por um colega dentro da unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Celso Suckow da Fonseca, no Maracanã, na Zona Norte do Rio, na tarde desta sexta-feira. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 15h50. A professora Allane de Souza Pedrotti Matos, atingida na cabeça e no ombro, e a psicóloga escolar Layse Costa Pinheiro, ferida na cabeça e no tórax, chegaram a ser levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiram. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. De acordo com relatos, o funcionário João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves chegou à escola pela manhã e cumprimentou todos normalmente. À tarde, ele entrou na direção e efetuou os disparos, acertando as duas mulheres, que trabalhavam na Diretoria de Ensino. Em seguida, o autor dos disparos tirou a própria vida. Em nota divulgada no mesmo, a instituição disse que "a Direção-Geral do Cefet/RJ lamenta profundamente essa tragédia que chocou a comunidade acadêmica e decreta luto oficial por cinco dias na instituição a partir de 01/12/2025".

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