Universitária carioca suspeita de ser serial killer é investigada por morte de tunisiano
Suspeita de envolvimento na morte do tunisiano Hayder Mhazres, de 21 anos, que passou mal após tomar um milk-shake, em maio de 2025, em São Paulo e de outros três homicídios, um deles ocorrido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 39, teria planejado o assassinato do estrangeiro porque a vítima não aceitava uma falsa narrativa de que ela estaria grávida do rapaz. A informação consta em um relatório da investigação, feito por agentes paulistas do 1º Distrito Policial de Guarulhos.
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Ouvida pela polícia, Roberta Cristina Cardoso, irmã gêmea da estudante, disse que Ana Paula e Hayder se conheceram por um aplicativo de conversas. Durante o depoimento, ela informou que, após a morte do rapaz, a irmã tentou interceder junto ao consulado da Tunísia e chegou a planejar uma viagem para o país, a fim de acompanhar o corpo. A família dele, no entanto, tomou à frente do traslado e ela não chegou a viajar.
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Segundo o relatório da investigação, a narrativa da suposta gestação de Ana Paula teria a finalidade de conseguir um casamento para a suspeita obter algum tipo de auxílio financeiro ou vantagem patrimonial. O tunisiano, no entanto, alegou para parentes nunca ter tido relação sexual com a estudante. Diante da negativa da vítima, Ana teria planejado a morte.
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Material encontrado nos celulares da suspeita e da irmã Roberta, mostra que dias após Hayder morrer, ela chegou a simular uma gravidez, e enviou uma fotografia a familiares do rapaz. De acordo com o relatório, as mensagens foram remetidas em árabe e tinham teor ameaçador.
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Segundo relato de uma testemunha ouvidas pela polícia, Hayder chegou a visitar a casa onde as irmãs moravam. No dia 23 de maio de 2025, Ana Paula e o tunisiano teriam deixado o condomínio o rapaz morava para ir comer um lanche. O rapaz tomou um milk-shake e voltou para casa com a estudante, passando mal logo a seguir. Ele morreu pouco depois.
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A própria Ana Paula foi a comunicadora do óbito e chegou a mencionar que o estrangeiro teria feito uso de maconha. A família da vítima, no entanto, desmentiu esta versão e disse que o jovem não era usuário de qualquer tipo de droga e gozava de boa saúde.
Acusada nega
Ao ser ouvida sobre o crime, a estudante de Direito negou a autoria do assassinato. Ouvida pela polícia, no entanto, ela confirmou ter o enviado mensagens para a família do tunisiano. E admitiu ainda ter sido ela a declarante do óbito de Hayder. O relatório diz que há fortes indícios de homicídio qualificado doloso. E que, por isso, Ana Paula foi indiciada. A investigação aguarda ainda o resultado de um laudo de produto suspeito de ser veneno, que foi encontrado na residência das duas irmãs.
Ana Paula foi presa temporariamente no dia de julho. Em setembro, ele teve a prisão transformada em preventiva. Já Roberta foi presa, em agosto, por conta de um mandado de prisão temporária.
O nome de Ana Paula veio à tona , na última terça-feira, quando a amiga, motorista de ônibus e universitária Michelle Paiva da Silva, de 43, foi presa por policiais paulistas e por homens da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense(DHBF), ao chegar numa universidade, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. As duas eram colegas de sala e, segundo a polícia, se conheceram no estabelecimento de ensino.
Segundo investigações do 1º Distrito Policial de Guarulhos, em São Paulo, Michelle contratou Ana para matar o próprio pai, com quem não tinha uma boa relação. A vítima foi o aposentado Neil Corrêa da Silva, de 65. Ele morreu no dia 26 de abril, após comer uma feijoada levada por Ana Paula. Como tinha dificuldade para mastigar alimentos, a filha dele teria batido a comida no liquidificador.
O idoso ainda chegou a ser levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas não resistiu e morreu. Na última quinta-feira, o corpo do aposentado foi exumado de um cemitério e levado para o Instituto Médico-Legal , no Centro do Rio. O cadáver passará por exames. O objetivo é o de tentar encontrar indícios de que a vítima foi envenenada.
Ainda de acordo com a polícia, a motorista de ônibus não tinha uma boa relação com o pai. Por isso, teria contratado a amiga, que contou com o apoio de sua irmã gêmea, para executar a vítima. O crime teria custado R$ 4 mil. Como Ana Paula Veloso Fernandes havia feito um empréstimo com Michelle, o valor da dívida foi abatido. Assim, a filha do aposentado teria pagado efetivamente R$ 1,4 mil pelo assassinato.
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