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trechos das obras de hilda diariamente

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Demora-te sobre minha hora. Antes de me tomar, demora.
November 26, 2025 at 11:58 PM
Naquela tarde eu dizia uns poemas na biblioteca da cidade, em memória de um amigo poeta. Ela disse: é bonita a sua poesia. Eu fiquei comovida, eu me comovo com tudo.
November 26, 2025 at 10:13 PM
Tão poucos os que se detêm na raiz, o olhar alagado de vigorosa emoção, estou vivo e é por isso que o peito se desmancha contemplando, o coração é que contempla o mundo e absorve matéria do infinito, eu contemplando sou uma única e solitária visão (...)
November 26, 2025 at 8:11 PM
Ouve: só o pranto grita agora em meus ouvidos.
November 26, 2025 at 6:01 PM
Ardi diante do lá fora, bebi o ar, as cores, as nuances (...) e tendo visto, tendo sido quem fui, sou esta agora? Como foi possível ter sido Hillé, vasta, afundando os dedos na matéria do mundo, e tendo sido, perder essa que era, e ser hoje quem é?
November 26, 2025 at 4:04 PM
Abre a sua boca para todos os ventos.
November 25, 2025 at 11:57 PM
Absurdo, Rute, existires junto a mim, eu junto à empresa, a empresa no mundo, o mundo nesse todo, um espaço de buracos negros (...) e cada vez que me repenso e sempre que sofro sedução e emigro, disso sim eu gosto, de ser tomado, de ser seduzido como estou sendo agora pela vida.
November 25, 2025 at 10:01 PM
Quero ser santa, quero morrer por amor a Jesus, quero que me castiguem se eu fizer coisas erradas, quero conseguir a salvação da minha alma.
November 25, 2025 at 6:10 PM
“vai levar o peixe, dona?” E eu ali nos meus sábados, só passando, a peixaria finíssima, ladrilhos, balanças, um retângulo azul e amarelo recriando o corpo de um peixe (...) “tô só pensando, moço, como ele devia ter sido bonito lá no mar (...) a vida é crua, não moço?”
November 25, 2025 at 4:00 PM
Estou morta. Mas a morte é amor.
November 25, 2025 at 12:09 AM
Atraco-me comigo, disparo uma luta. Eu e meus alguéns, esses dos quais dizem que nada têm a ver com a realidade. E é somente isto que tenho: eu e mais eu.
November 24, 2025 at 10:01 PM
Dobra-te mansa porque me sei pesada. De vida. De fundura de poço.
November 24, 2025 at 7:59 PM
Corta, Koyo, estou intacto, desde sempre sou esse que tu vês. Não vês? Afunda com mais força, levanta acima da cabeça o teu punhal, golpeia muitas vezes.
November 24, 2025 at 6:29 PM
Dúplices e atentos lançamos nossos barcos no caminho dos ventos. E nas coisas efêmeras nos detemos.
November 24, 2025 at 4:04 PM
Acreditariam ser a nossa vida vontade consciente de não ser? E ser luz e estrela, água, flor.
November 24, 2025 at 12:01 AM
Amor é o que deita, o que dá comida, o que semeia.
November 23, 2025 at 10:01 PM
Tenho preguiça, tanta preguiça pelos filhos que vão nascer. Dez, vinte, trinta anos e estarão procurando alguma cousa. Nunca se lembrarão daqueles que já morreram e procuraram tanto. Vão custar (ó deuses) a entender aqueles que se mataram.
November 23, 2025 at 8:04 PM
Inteiro permanência no todo despedaçado do poeta.
November 23, 2025 at 6:03 PM
Era além do pudor o peito em chama.
November 23, 2025 at 12:17 AM
Verdade é o que tu me dizes: o amor, poeta, é alegria.
November 22, 2025 at 10:01 PM
O casaco rosso me espia. A lã desfazida por maus-tratos é gasta e rugosa nas axilas. A frente revela nódoas vivas, irregulares, distintas porque quando arranco os coturnos na alvorada, ou quando os coloco rápida ao crepúsculo, caio sempre de bruços. A Vida é que me põe em pé.
November 22, 2025 at 8:04 PM
Há talvez a memória de tatos, um sentir rarefeito, um ouvido inexato deitado em solidão sobre o teu peito.
November 22, 2025 at 3:59 PM
A mesa de escrever é feita de amor e de submissão.
November 21, 2025 at 11:58 PM
Perguntou-me de chofre, ao anoitecer, diante do meu primeiro uísque (aprendi que qualquer bebida é menos fatal se se começa a beber a partir das 6 da tarde) se eu conhecia Chesterton (...) eu que deixei de pensar para continuar a viver me vejo diante de alguém que leu Chesterton.
November 21, 2025 at 10:11 PM
Ardi diante do lá fora, bebi o ar, as cores, as nuances (...) e tendo visto, tendo sido quem fui, sou esta agora? Como foi possível ter sido Hillé, vasta, afundando os dedos na matéria do mundo, e tendo sido, perder essa que era, e ser hoje quem é?
November 21, 2025 at 8:11 PM