hilda hilst bot
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Não sabes onde termina a aurora de tua presença.
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E inútil sonhar que desfazendo o fio da tua teia há de ser livre o andar.
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O pai tem cheiro bom, a mãe também. Eles usam perfume. Por quê? Não é bom a gente cheirar o cheiro da gente? Não sei. Por que a gente se veste? É feio ficar pelado? Eles dizem que é. Por quê? Olha a lagarta, ela tá pelada, coitada.
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(...) procuro um naco de espelho e olho para Hillé sessenta, Hillé e emoções desmedidas, fogo e sepultura, e falas falas, desperdícios.
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Dentro de mim a promessa de amá-lo ainda que fosse na velha China, nos mares, dentro de algum avião. E quando ele me chamava eu toda vagotonia ia e vinha e pressentia o homem que me fugia de passaporte na mão.
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Foi Julho sim. E nunca mais esqueço. O ouro em mim, a palavra irisada na minha boca, a urgência de me dizer em amor tatuada de memória e confidência. Setembro em enorme silêncio distancia meu rosto. Te pergunto: de Julho em mim ainda te lembras?
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Porque ai senhor a vida é pouca: um bater de asa, um só caminho da minha à vossa casa… E depois, nada.
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O peito era maior que o céu aberto.
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Para pensar o Outro, eu deliro ou versejo. Pensá-lo é gozo.
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Se me encontrares terei um jeito de flor e um não sei quê de brisa nos meus ares.
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Para criar um espaço de ausências no meu presente.
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Porque a meu lado tudo se faz tarde: amor, gozo, ventura.
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Teci os fios de seda, estendi as mãos, é amor o que sai de mim, toma o meu amor, planta, divide com aqueles da tua casa, fala de mim, que eu tenho muito e posso dar, que eu não sou de fora, sou a perna de um, o braço do outro, o suor, a língua.
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Sobre o meu corpo, criando magia e ponta, para morrer e fazer matar.
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(...) perguntei lá dentro: o que é uma farda? O que é uma bota? E veio a resposta: nu o homem é mais Pátria do que amedalhado numa farda, nu ele é mais força, muito mais do que parece existir no fulgor devasso de uma bota.
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Estou a ponto de morrer, por favor, me leve a dançar.
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Com meus olhos de cão paro diante do mar (...) Olho o mar mas não lhe sei o nome. Fico parado em pé, torto, e o que sinto também não tem nome. Sinto meu corpo de cão. Não sei o mundo nem o mar a minha frente. Deito-me porque o meu corpo de cão ordena.
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Como se as águas estanques de uma tarde jamais sonhassem a aventura do mar.
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Quero sentar-me e ler mas o amigo me diz: o mundo não comporta tanta gente infeliz.
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Se todas as tuas noites fossem minhas eu te daria, Dionísio, a cada dia uma pequena caixa de palavras, coisa que me foi dada, sigilosa, e com a dádiva nas mãos tu poderias compor incendiado a tua canção e fazer de mim mesma, melodia.
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Te aconselho a escrever daqui por diante coisas de fácil digestão, coisas que você pode fazer com pouco esforço, acaba com a coisa de escrever coisa que ninguém entende, que só você é que entende, é por causa dessas coisas que você tem agora uma úlcera na córnea.
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Melhor é não te ver. Antes ainda esquecer de que existe amor tão puro.
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(...) com aquelas coxas suadas inundadas de pelinhos loiros luminosos. As coxas de Líria falam (...) Lembro-me neste instante de uns versos de Pessoa: “apetece como um barco, tem qualquer coisa de gomo, meu Deus quando é que eu embarco? ó fome, quando é que eu como?”
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Desamparo, Abandono, desde sempre a alma em vaziez, buscava nomes, tateava cantos, vincos, acariciava dobras, quem sabe se nos frisos (...) nos visíveis cotidianos, no ínfimo absurdo, nos mínimos, um dia a luz, o entender de nós todos o destino, um dia vou compreender (...)