Black Friday: pesquisa do Google mostra que 10% dos consumidores já utilizam IA nas compras
A Black Friday deste ano é marcada por uma virada no comportamento de compra do brasileiro: mais fragmentado, espalhado por inúmeras plataformas e com uso de ferramentas de inteligência artificial (IA). O consumidor também mudou a forma de pesquisar: em vez de digitar apenas “camiseta branca”, descreve uso, tecido, momento em que pretende usar ou até o clima. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira durante evento com jornalistas realizado pelo Google em São Paulo (SP).
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Segundo o Google, 10% dos brasileiros já recorrem a IA para decidir suas compras nesta Black Friday. Esse novo padrão torna as buscas mais longas e específicas, exigindo das marcas anúncios completos e detalhados para conseguir corresponder à intenção do usuário e não perder espaço nos resultados.
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A empresa explica que sinalizações simples, como etiquetas nos produtos que aparecem nas buscas, têm impacto expressivo: produtos identificados como promocionais apresentam desempenho 46% superior em retorno sobre investimento em publicidade, enquanto a etiqueta “retirar na loja” eleva a taxa de conversão em mais de 13%. Já as indicações de frete rápido ou grátis aumentam em mais de 10% a taxa de cliques, reflexo da busca por maior comodidade.
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Para responder a esse novo padrão de buscas longas, o Google desenvolveu o AI Max, ferramenta que interpreta frases longas e complexas. O sistema identifica, dentro do descritivo dos produtos, aquilo que o usuário realmente procura e adapta até o título dos anúncios.
André Silva, gerente de engenharia e ciência de dados do Google, explica que o avanço das buscas longas obrigou a empresa a desenvolver mecanismos capazes de interpretar a intenção por trás do que o usuário digita. Antes, o trabalho se concentrava em medir a frequência de palavras-chave e repassar esses indicadores aos anunciantes. Agora, o foco é entender de fato o que o consumidor quer. Para isso, a empresa está usando IA
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— Qual é o conceito que está sendo buscado? Qual é a intenção por trás daquela longa busca? E isso vai se tornar cada vez mais relevante à medida que mais e mais usuários forem fazendo buscas. Há usuários que buscam por imagens — conta.
Apesar desse avanço, há um descompasso entre consumidores e varejistas. Segundo diretora de Commerce do Google Brasil, Nathália Camargo, 70% dos consumidores já têm comportamento omnicanal (ou seja, navegam entre comprar presencialmente e online) mas apenas um em cada sete anunciantes usa estratégias integradas.
Para lidar com esse novo padrão de pesquisas mais longas e detalhadas, o Google desenvolveu o AI Max, ferramenta que interpreta consultas que já não cabem mais em listas de palavras-chave. Como cerca de 15% das buscas realizadas na plataforma são inéditas todos os dias, o sistema vasculha o descritivo dos anúncios para identificar exatamente o que o usuário procura e entregar o produto mais compatível com aquela intenção, diz Camargo.
— Vamos servir o seu anúncio para aquele consumidor já, inclusive, fazendo uma mudança do título do seu link automatizado. Usamos um produto que a gente chama Product Studio, que vai gerando automaticamente e vai mudando os títulos de acordo com o que você está buscando.
Esse nível de personalização, no entanto, depende da qualidade das informações fornecidas pelo varejista, acrescenta.
— O feed de produtos precisa estar muito bom. Já temos soluções em Google Cloud que permitem maior agilidade e facilidade para o cadastro dos produtos de forma mais completa.
Nos termômetros do Google, segundo dados do dia 25 de novembro, as categorias com maior interesse para a Black Friday são: moda, casa e construção, automotivo, pet shop, esporte e lazer, telefonia, perfumaria e informática. Entre as que recuaram aparecem bebidas (afetadas pela crise no metanol) alimentos, ar e ventilação, eletrodomésticos, saúde e beleza.
40% querem gastar mais
Outra pesquisa realizada pelo Google em outubro com 2 mil brasileiros revelou que 40% dos entrevistados pretendem gastar mais que em 2024 na Black Friday. Além disso, 38% planejam comprar mais itens que no ano passado e, em média, investir em seis categorias de produtos, o que quebra a tendência de compras mais seletivas com a chegada da data.
Mais da metade dos entrevistados (59%) disseram considerar adiantar pelo menos parte das compras a partir de outubro, e 35% já se declaram “ativamente caçando ofertas”. O percentual de pessoas que pretendem aproveitar a data (60%) se mantém estável em relação à primeira rodada do estudo, feita em julho — quando 48% já tinham uma lista de compras, reforçando a consolidação da Black Friday como um momento importante para o brasileiro.