Chuva intensa no Rio provoca pinga-pinga dentro de ônibus
A partir desta sexta-feira, uma frente fria se aproxima do estado e deve provocar mudanças bruscas e forte chuva A chuva intensa prevista para esta sexta-feira, que deve se estender até domingo, já começou causando transtornos para os passageiros de ônibus no Rio. O pinga-pinga dentro dos coletivos, um problema recorrente em dias de chuva, faz com que muitos cariocas sintam como se estivessem "debaixo d'água" mesmo no transporte público.
Chuva excepcional no Rio: previsão aponta que em três dias pode chover o acumulado para todo o mês de abril
Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo: chuva excepcional no RJ deve atingir a Região Serrana com maior intensidade, diz meteorologista
No bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio, passageiros registraram, por volta das 6h desta sexta-feira, as condições precárias de um ônibus da linha 341, que faz o trajeto Candelária (Centro) - Taquara (Praça Figueira). Com assentos encharcados, o veículo operava com a chuva entrando livremente, e a água escorria pelo chão.
Chove dentro de ônibus na Taquara
Por volta das 9h, outro ônibus também apresentava as mesmas condições. A linha 415, que liga a Usina, na Zona Norte, ao Leblon, na Zona Sul, estava com praticamente todos os bancos próximos às janelas completamente molhados, dificultando o transporte dos passageiros.
A Secretaria Municipal de Transportes do Rio (SMTR ) e a Rio Ônibus ainda responderam o que pretendem fazer para driblar a situação.
Em uma postagem na rede social X, um internauta comentou sobre as condições do ônibus que pegou na manhã desta sexta-feira e cobrou respostas da prefeitura: "Chove lá fora e aqui no ônibus também".
Initial plugin text
Sobre a interrupção de transportes públicos durante os temporais na cidade, a SMTR informou que a operação de ônibus e outros meios de transporte seguirá normalmente. No entanto, ressaltou que uma equipe estará "monitorando em tempo real" o sistema no Centro de Operações Rio (COR) e informará qualquer alteração, caso necessário.
Plano de prevenção no Rio
Para a cidade do Rio, a prefeitura anunciou um "plano de prevenção", válido até domingo (6), incluindo a ampliação do efetivo da Secretaria municipal de Conservação, para atuar na desobstrução de galerias pluviais e auxiliar no escoamento da água, onde for necessário. Serão aproximadamente 100 trabalhadores de prontidão para atender emergências, com 50 caminhões e 25 retroescavadeiras à disposição.
"A Secretaria de Conservação mapeou cerca de 270 ralos, que por diversos motivos, apresentaram dificuldade extra na limpeza. Desde março, os locais foram vistoriados e a desobstrução está sendo intensificada. Além disso, a secretaria atuou nos pontos que apresentaram bolsões d’água nas chuvas mais recentes, efetuando um trabalho de prevenção reforçado", informa a prefeitura.
Ainda no município, equipes da Comlurb — para remover árvores, assim como remover resíduos das caixas de ralos — e da Guarda Municipal, que poderão bloquear vias em caso de bolsões d'água e quedas de árvore, por exemplo, também estão mobilizadas para atuar em casos de emergência.
Em Nova Iguaçu, por exemplo, as aulas presenciais (nos turnos da tarde e noite) desta sexta-feira foram suspensas na rede municipal e educação, informa a prefeitura. Já pela manhã, as aulas ocorrerão normalmente. "A medida visa garantir a segurança da população, evitando que menos pessoas circulem pelas ruas", observa o município.
Equipes mobilizadas para prestar assistência na Região Serrana
O Governo do Estado informou que, após uma reunião com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) na última quarta-feira, todos os municípios foram alertados sobre a possibilidade de chuvas intensas e receberam informes meteorológicos com orientações específicas.
A Secretaria de Estado de Defesa Civil (SEDEC-RJ), por meio do Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN-RJ), realizará o monitoramento contínuo das condições climáticas e emite alertas preventivos.
Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) também estará a postos para atender possíveis ocorrências, contando com viaturas de salvamento e resgate, embarcações, aeronaves, drones e equipes especializadas. Caso necessário, todas as unidades escolares da rede estadual poderão funcionar como pontos de apoio à população.
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos terá uma logística de insumos para atender emergências, disponibilizando cestas básicas, kits de higiene e limpeza, água e colchonetes. Equipes e caminhões já foram mobilizados para prestar assistência à Região Serrana.
Sirenes e alertas
O Governo do Estado informou que o Sistema de Alerta e Alarme conta com 202 sirenes e 70 pluviômetros instalados em áreas de risco. A população pode se cadastrar gratuitamente para receber alertas por SMS enviando uma mensagem para o número 40199.
Já a prefeitura do Rio conta com 164 sirenes, distribuídas em 103 comunidades da capital. Equipes da Defesa Civil municipal irão atuar caso alguma sirene seja acionada, dando suporte à população. Ao todo, há cerca de 200 pontos de apoio para onde essas pessoas podem se dirigir, normalmente instalados em igrejas e escolas.
Infraestrutura e limpeza
Para ações emergenciais, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas disponibilizou maquinário pesado, como retroescavadeiras e caminhões, para a desobstrução de vias e demais atendimentos. Além disso, o programa Limpa Rio, que atua preventivamente na limpeza de rios, canais e lagoas, já removeu mais de 8,5 milhões de metros cúbicos de resíduos em todo o estado.
Capital terá fortes chuvas
Climatempo prevê volumes excepcionais, com acumulados entre sexta (04) e domingo (06) podendo superar a média normal para todo o mês de abril
Arte Agência o Globo/ fonte ClimaTempo
Segundo a Climatempo, as áreas mais afetadas serão a parte sul da Serra Fluminense, como os municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Os acumulados de chuva devem variar entre 250mm e 350mm. No entanto, a capital também terá fortes chuvas.
A cidade do Rio de Janeiro e os trechos ao norte, que inclui cidades como Campos dos Goytacazes, São Fidélis e Macaé, devem registrar acumulados entre 150 mm e 250 mm de chuva entre sexta-feira e domingo.
Já no Sudoeste do estado, na divisa com Minas Gerais e São Paulo, os acumulados de chuva devem ser menores, mas ainda elevados, variando entre 100mm e 150mm ao longo dos próximos dias.
Segundo Thiago Sousa, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva começará com mais intensidade entre a tarde e a noite desta sexta-feira, estendendo-se pela madrugada de sábado. A interação da umidade vinda do oceano com o relevo da serra deve potencializar o risco de acumulados elevados em um curto espaço de tempo, tornando a situação "ainda mais preocupante".
— Ainda há incertezas quanto ao horário exato de início e à distribuição final dos maiores acumulados de chuva, mas a tendência será monitorada rodada a rodada pelos modelos meteorológicos. A população dessas regiões deve ficar atenta às atualizações e alerta das autoridades, especialmente em áreas vulneráveis a deslizamentos e enchentes — alertou o metorologista.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a sexta-feira será marcada por pancadas isoladas de chuva moderada a muito forte, acompanhadas de raios e rajadas de vento, com intensificação durante a noite.
No sábado, são esperadas pancadas moderadas a muito fortes, com descargas atmosféricas e rajadas de vento nas regiões Serrana, Norte e Noroeste, enquanto o restante do estado terá chuva moderada, ocasionalmente forte e constante.
Já no domingo, a previsão indica chuva fraca a moderada ao longo do dia em todo o estado.
Ventos mais intensos
Os ventos também ficarão intensos. A Climatempo prevê que, na sexta-feira, as fortes rajadas acontecerão durante os temporais, com rajadas previstas de 60 a 80 km/h. No sábado, venta ao longo de todo o dia com algumas rajadas alcançando de 50 a 70 km/h. Há condições para queda de galhos, árvores e estruturas metálicas.
A empresa também ressalta que o mar ficará agitado, com ondas que podem alcançar os 3 metros de altura durante o sábado e domingo.
Segundo a empresa, a virada do tempo pode provocar eventos que se assemelham a outros que aconteceram em Petrópolis, Teresópolis, Angra dos Reis e Paraty nos últimos anos.