Uma nova pesquisa conduzida pela Associação Americana de Psicologia (APA, da sigla em inglês) constatou que mais da metade (56%) dos psicólogos usaram ferramentas de inteligência artificial ao menos uma vez nos últimos 12 meses. O percentual é quase o dobro do observado na edição do levantamento de 2024, quando 29% relataram o uso. A pesquisa foi respondida por 1.742 profissionais do Estados Unidos em setembro. Os resultados também mostraram que quase 3 em cada 10 (29%) usaram a IA pelo menos uma vez ao mês, mais que o dobro dos 11% no ano passado. Os usos mais comuns de IA incluíram: assistência na redação de e-mails e outros materiais (52%); geração de conteúdo (33%); resumo de notas clínicas ou artigos (32%) e tomada de notas (22%), ou seja, tarefas rotineiras, e não para lidar com pacientes. 62% disseram que os avanços tecnológicos estão tornando o trabalho mais eficiente e preciso. “A inteligência artificial pode ajudar a aliviar algumas das pressões que os psicólogos enfrentam, por exemplo, aumentando a eficiência e melhorando o acesso ao cuidado, mas a supervisão humana continua sendo essencial. Os pacientes precisam saber que podem confiar em seu profissional para identificar e mitigar riscos ou vieses que surgem do uso dessas tecnologias em seu tratamento”, diz, em nota, o CEO da APA, Arthur C. Evans Jr. Ainda assim, 1 em cada 10 psicólogos (8%) admitiu ter usado IA para auxiliar no diagnóstico clínico, e 5% afirmaram ter usado assistência de chatbot diretamente para pacientes ou clientes. Ainda assim, quase todos os psicólogos mencionaram preocupações sobre como a tecnologia pode afetar seus pacientes e a sociedade. Mais de 9 em cada 10 (92%) citaram preocupações sobre o uso das ferramentas de IA na psicologia, como por meio de potenciais vazamentos de dados; danos sociais inesperados; vieses na entrada e saída de dados; falta de testes rigorosos para mitigar riscos e resultados imprecisos ou “alucinações”. Além disso, 38% dos psicólogos manifestaram receio de que a IA possa tornar algumas de suas funções obsoletas no futuro. A APA recomenda que, caso os profissionais utilizem ferramentas com inteligência artificial, devem antes: Obter consentimento informado dos pacientes comunicando claramente o uso, os benefícios e os riscos das ferramentas de IA; Avaliar ferramentas de IA quanto a possíveis vieses que poderiam agravar disparidades nos resultados de saúde mental; Revisar ferramentas de IA para verificar conformidade com leis e regulamentos relevantes de privacidade e segurança de dados; Entender como os dados de pacientes/clientes são usados, armazenados ou compartilhados pelas empresas que fornecem ferramentas de IA.

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