Trump celebra acordo entre Israel e Hamas e estima libertação de reféns em poucos dias: 'Avanço importante'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou nesta quinta-feira, o acordo entre Israel e Hamas proposto por ele. Em uma reunião de gabinete, Trump anunciou que os reféns israelenses "devem ser libertados na segunda ou terça-feira" e classificou a formalização do acordo como "avanço importante". Apesar de o governo israelense ter dito que o acordo foi assinado, Trump declarou que deve ir ao Egito "em breve" participar de uma cerimônia sobre o acordo.
"Alcançamos um avanço importante no Oriente Médio, algo que as pessoas diziam que nunca aconteceria", disse ele. "Terminamos a guerra em Gaza e, de fato, criamos a paz em uma base muito maior. Acho que será uma paz duradoura, uma paz eterna."
O presidente americano não firmou uma data exata para a libertação dos reféns israelenses, mas estimou que a troca com o Hamas, por cerca de 2 mil presos palestinos, acontecerá nos próximos dias.
"Libertá-los é um processo complicado", disse ele. "Prefiro não dizer o que eles teriam que fazer para recuperá-los. Há lugares onde você não quer estar, mas vamos recuperá-los na terça-feira. Segunda ou terça-feira. Será um dia de alegria".
Trump acrescentou que, se os ataques israelenses e americanos às instalações nucleares do Irã em junho não tivessem acontecido, "haveria uma grande nuvem negra" sobre este momento, mas "o Irã quer trabalhar pela paz, nos informaram", acrescentou.
Viagem ao Egito
O enviado americano ao Egito, Steve Witkoff afirmou que o presidente Donald Trump viajará ao Egito na próxima semana, após o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, convidá-lo para as celebrações do acordo de cessar-fogo em Gaza.
"O presidente está muito animado para vir ao Egito, e esse é o plano, que ele venha na próxima semana", disse Witkoff durante uma reunião com al-Sissi, segundo um vídeo divulgado pela presidência egípcia.
Na tarde desta quinta-feira, o republicano declarou que "tentará" ir ao Egito para assinatura do acordo sobre Gaza.
"Tentarei viajar. Tentaremos chegar lá e estamos trabalhando no momento exato", declarou o presidente durante uma reunião de gabinete.
Assinatura do acordo
A porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, afirmou nesta quinta-feira que todas as partes assinaram a versão final da primeira fase do acordo com o Hamas para um cessar-fogo em Gaza, com vistas a pôr fim a dois anos de guerra que deixaram mais de 6 mil mortos na Palestina, além de um território devastado.
O acordo foi elaborado a partir de um plano de 20 pontos apresentado pelo presidente americano e prevê a libertação dos reféns israelenses vivos em troca da soltura de cerca de 2 mil presos palestinos. Das 251 pessoas sequestradas pelo movimento islamista no ataque de 7 outubro de 2023, 47 permanecem em Gaza, 25 das quais teriam morrido, segundo o Exército israelense.
O Fórum das Famílias de Reféns, principal organização de familiares dos sequestrados, convidou o presidente americano a se reunir com seus representantes quando visitar Israel.
As negociações indiretas aconteceram na cidade turística de Sharm el Sheikh, com a mediação de Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia. E a proposta foi aprovada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após uma reunião de seu gabinete de segurança. O premier israelense comemorou "um grande dia para Israel" e disse que Trump deveria receber o Prêmio Nobel da Paz.
No entanto, ainda há dúvidas sobre acordos com relação a outros temas propostos pelo presidente americano, como o desarmamento do Hamas e a gestão de Gaza após a guerra por uma autoridade de transição chefiada por ele mesmo.
Comemorações
Em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, território devastado e assolado pela fome extrema, segundo a ONU, os palestinos aplaudiram, gritaram de alegria e dançaram após o anúncio do acordo.
"Apesar de todos os mortos e da perda de entes queridos, hoje estamos felizes com o cessar-fogo. Apesar da tristeza e apesar de tudo, estamos felizes", afirmou Aiman al Najar.
Na praça dos reféns, em Tel Aviv, as pessoas também se abraçaram e comemoraram o anúncio que dá esperança de um retorno dos cerca de 20 reféns israelenses que seguem vivos.