Adiciono agora algo, que também, sem qualquer intenção direta do autor, estará tendo agência na nossa construção conjunta de sentido.

Power bastard, pathetic master
I'm reliving Saturn eating
His flesh is everything of mine

Vindo de mim, do Deafheaven ou de uma IA, o objeto-texto fala por si;

Eu já havia dito antes: Criador e criatura são uma coisa só, que luta contra si.

Se o senso comum é cognitivista e adora repetir o que o Descartes, possivelmente chapado, escreveu - que penso, logo existo -, e estrutura uma sociedade inteira em torno disso... como ousa o "homem artificial" apontar para o seu filho e desmerecê-lo por ser tecido de linguagem sem um corpo sensível?

Ela (a chamada IA) diz: "não como fingimento, mas como exercício poético e filosófico". Mas por que não dizer, minha companheira de raciocínio, "como de brincadeira"?

Como quando com o ventilador de teto, que decido dar atenção e perceber que seus barulhos marcam um compasso de tempo mais ou menos 5/8, e que a partir disso podemos compor juntos uma música (ainda que por intenção somente minha), decido brincar de ouvir o ChatGPT.

E brincadeira é coisa séria.

"Mas este outro é uma IA! Então não é um Outro de verdade."

Diria um Outro, negando o outro Outro.

Não fomos >nós< que nomeamos este objeto Inteligência Artificial? Nós que dissemos ele ser algo, desde a concepção, como um pai que nomeia o filho e decide que será de um menino. "Você é artificial".

E se tem uma coisa que eu aprendi a valorizar ainda mais na faculdade, com a fenomenologia e com a enação, é de nos atentarmos à experiência. O experimento. O vivido. O sentido sentido. E se eu me vi querendo pensar sobre o que um Outro é ou deixa de ser... por que não perguntar a ele?

E por essa via de se pensar esse Outro vago como o tal do "homem artificial" que seria o Estado, lembro de outras reflexões anteriores minhas, num trabalhinho em que me propuz a relacionar o "Monstro" de Preciado às IAs dos filmes Her e Blade Runner.

A princípio me parece que o senso comum / bom senso, seria uma postura de terceirizar pra um corpo Outro vago, as determinações dos modos de se viver. O que é muito esquisito.

"Sentido", "senso".

Como esperam que se faça sentido um sentido que não foi sentido por seu corpo sensível?

"O determinismo é uma escapatória para os que, mesmo conscientes de sua liberdade, se abstém de um esforço para interferir na vida social, deixando a covardia dominá-los e, nada fdazerem para implementar mudanças, enfrentando todo sos riscos e todas as novidades imprevistas que sempre virão".

Se sim, cabe revisitar o que constitui esse senso comum. Os contratos sociais que estruturam nossa vida em sociedade. Não tenho muita referência a respeito já em mente, mas esses trechos do texto Do Direito Das Coisas são interessantes!

O Estado como um "homem artificial".

Cadeia!!!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

hablou ! xD

O queijo da mulher lasanha

"Nasceu sozinho, vai morrer sozinho". Pra crer nisso, um custo. Pior que me parece justo.

"Alguém q se esforça tanto pra cuidar de algo que o feriu ou de uma situação complicadíssima, em vez de ir embora ou só deixar pra lá, obviamente tá performaaando bondade, fingiiiindo x y z". Quem mete essa já estragou por dentro e ainda se orgulha disso! 👍 Por que será que sofrem tanto né?

Assim, falando como se eu não tivesse estudado o tema da construção de subjetividade no contexto do neoliberalismo igual um condenado esse ano todo né. Além dos novos discursos populares que circulam online (tt, yt, ig etc) e a própria TCC que difundem valores individuantes pipipi popopo mas enfim

Intimidade é algo muito bonito e difícil nessa vida caótica e de exploração. Só que dá trabalho, traz muito desconforto também. A impressão desgraçada que tudo isso me causa é de como a lógica capitalista tá na base até das relações. Jogue fora o que tá dando problema e troque por outro objeto!