Ele estava reunido com indígenas no Parque do Xingu e disse “sem celular. Deixa limpa a cultura de vocês aí”. Não vou me delongar… essa frase por si só já expressa epistemicídio.

Essa frase é um lembrete cru: mesmo nos espaços mais altos, continuamos invisibilizados. É preciso mais do que símbolos. Queremos poder real, presença preta de verdade, para decisão, transformação e voz.

Representava a nata elitista. Playboy, branco, malufista — nada a ver com a realidade do Brasil.

Futebol sim nasceu do povo (ainda que hoje esteja elitizado). Fórmula 1 nunca foi.
O resto é mito criado por um país com autoestima baixa.

E no caso dele, ainda está morto há mais tempo do que eu tenho de vida. É surreal.
A treta é boba, mas o simbolismo dela é gigante. Acordem, mulheres!

Ninguém fala sobre como a sociedade molda as mulheres para acharem que “o pior que pode acontecer é outra mulher ser mais desejada do que você”. Ninguém comenta que, enquanto elas se alfinetam, ele possivelmente sairia ileso, com reputação intacta, como se não tivesse nada a ver com nada.+

UMA FATIA DE BOLO DE CHOCOLATE.
UM PEDAÇO DE BOLO DE CHOCOLATE.
UM TACO DE BOLO DE CHOCOLATE.
UMA LAPA DE BOLO DE CHOCOLATE.

Na hora pensei na frase da Adrienne Rich:“Essa é a língua do meu opressor, mas eu preciso dela.”

A todo custo tentam empurrar um idioma que não é nosso. É quase como se, para ser atendida, compreendida eu tivesse que abandonar a minha própria língua. E tudo isso por uma simples fatia de bolo. +