avalobot
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O seu corpo me embebe de palavras e imagens.
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Não haveria cidades sonhadas se não se construíssem cidades verdadeiras.
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As grandes pedras amontoadas ao longo da costa para deter o martelar constante e cada vez mais mordente das ondas vão sendo vencidas pelas águas.
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Ela explora com unhas penetrantes a região em torno do meu sexo, busca a raiz obscura da força que o alça, beija-o, beija-o voraz e seus cabelos rastejam sobre ele.
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Eu estou muito bem.
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O grifo tem chifres à feição de asas ou de barbatanas.
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Ante nós, entre árvores, a estátua de Balzac, sob o céu azul.
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Tenho a força de amar, sim, a força de amar, apenas como as bestas?
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Com extremo cuidado, trespasso-a, da cabeça aos pés ela estremece, eu estremeço e por três vezes, sentindo no dorso, insofridas, as unhas de Cecília, sou admitido ao mundo do seu corpo — onde três vezes, com diverso grau de intensidade, eu a encontro.
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a fenda espumosa perde-se na sombra, um torso masculino esgueira-se entre as árvores do tapete, mais uma vez grita o pássaro, minha língua pesa
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Na sua garganta, nasce e repete-se um apelo inarticulado, nasce e repete-se (a palavra, talvez, que devo encontrar?), repete-se, ecoa entre as clavículas, grito sufocado (não, não é ainda a palavra, a frase, o enunciado), nos sons sem forma e lacerantes eu reconheço meu nome.
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Adverte a música de Orff, pela voz dos anciãos, que nada perdura indefinidamente.
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reflexos vermelhos dos faroletes na enxurrada pedras de calçamento arrancadas pela água fechados os vidros do carro liga a ignição parte abre caminho entre os ônibus os automóveis que avançam lentos sob o temporal.
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Assim, as fortificações, expressão da soberba e da brutalidade militares, parecem nascer de mãos estrangeiras.
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A Cidade existe sobre os ossos de doze outras cidades varridas pelo tempo ou por outros flagelos, sei que estas cidades suportam a sua altivez e que a água das cisternas, na Cidade, tem um sabor específico e mesmo inquietante, um sabor de admonição e ameaça.
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Sob a Cidade há outras.
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Sempre, acrescenta ఠ, dá horas de um modo incongruente e não se tem notícia de que alguém ouvisse toda a sequência de notas musicais, dispersas — diz-se — nos seus engenhos de som.
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Um favo que se rompe, um figo muito doce que se abre — e o mel escorre-me entre as coxas.
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Teu ventre é cálido. Pedra ao Sol. Teu ventre é fresco. Pedra sob a água.
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Face a face, eu e a Cidade, mudos.
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Acaso dormiremos sob a terra?
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Estende-se na paisagem a Cidade, dominada por um alvo templo arredondado e cingindo-a uma tríplice muralha com dispositivos de defesa — torreões e ameias.
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Imagino ser, ao mesmo tempo, macho e fêmea.
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Poderei, entretanto, descrever as cidades que flutuam no seu corpo como refletidas em mil pequenos olhos transparentes?
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Agora, a ti mesmo te unes, vens e vens, eras três e agora, sendo um, és tríplice — e o mesmo nome, o mesmo, é, de uma vez, ouvido três vezes.