avalobot
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Lentamente, levanto o pé esquerdo, Abel toma-o entre as mãos e beija a planta, beija o calcanhar e o tornozelo, trinta, quarenta vezes me beija os músculos da perna, vai erguendo-se aos poucos, beija-me os côncavos do jarrete.
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(Minha cabeça entre as mãos, aspira forte.)
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Une-a um fio: a agulha. Rude Roderico, ris do redingote a rã? Alcatruz.
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a Cidade, imóvel, move-se, aproxima-se com lentidão, a armação Julius Heckethorn vai formando a sequência a harmonia reúne-se o disperso e nós rejubilados a vertigem o voo galopam saltam e lançam vozes os animais que nos habitam
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Ela desarticula os limites físicos da peça, torna os móveis ocos, estiola as rosas dos festões, oxida as pratas, desgasta as porcelanas, apaga o que resta das imagens nas molduras.
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Olavo Hayano na poltrona de couro, braços cruzados, os cotovelos nos joelhos grossos, os pés firmes no chão.
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(abram-se, em janeiro, suas flores sanguíneas)
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Pode um homem agir como se tudo fosse como antes, quando em seu coração renega a vida estável e já partiu.
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Vejo o que sou, o que somos, dois entes escondidos, destinados a solver o insolúvel, sós na madrugada e no mundo, extraviados, batidos, habitados por visões, e clamo "O que será de nós?
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Tentando fazer visíveis Roos e as cidades que abrange.
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Pensa-se que está destinada à desilusão e ao esmagamento.
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O seu corpo me embebe de palavras e imagens.
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Não haveria cidades sonhadas se não se construíssem cidades verdadeiras.
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As grandes pedras amontoadas ao longo da costa para deter o martelar constante e cada vez mais mordente das ondas vão sendo vencidas pelas águas.
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Ela explora com unhas penetrantes a região em torno do meu sexo, busca a raiz obscura da força que o alça, beija-o, beija-o voraz e seus cabelos rastejam sobre ele.
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Eu estou muito bem.
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O grifo tem chifres à feição de asas ou de barbatanas.
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Ante nós, entre árvores, a estátua de Balzac, sob o céu azul.
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Tenho a força de amar, sim, a força de amar, apenas como as bestas?
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Com extremo cuidado, trespasso-a, da cabeça aos pés ela estremece, eu estremeço e por três vezes, sentindo no dorso, insofridas, as unhas de Cecília, sou admitido ao mundo do seu corpo — onde três vezes, com diverso grau de intensidade, eu a encontro.
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a fenda espumosa perde-se na sombra, um torso masculino esgueira-se entre as árvores do tapete, mais uma vez grita o pássaro, minha língua pesa
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Na sua garganta, nasce e repete-se um apelo inarticulado, nasce e repete-se (a palavra, talvez, que devo encontrar?), repete-se, ecoa entre as clavículas, grito sufocado (não, não é ainda a palavra, a frase, o enunciado), nos sons sem forma e lacerantes eu reconheço meu nome.
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Adverte a música de Orff, pela voz dos anciãos, que nada perdura indefinidamente.
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reflexos vermelhos dos faroletes na enxurrada pedras de calçamento arrancadas pela água fechados os vidros do carro liga a ignição parte abre caminho entre os ônibus os automóveis que avançam lentos sob o temporal.
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Assim, as fortificações, expressão da soberba e da brutalidade militares, parecem nascer de mãos estrangeiras.