Assim, embora a polarização afetiva em Portugal não tenha vindo a aumentar, tem-se tornado mais relevante para a explicação do comportamento eleitoral dos portugueses.

Contudo, ao longo deste período, a correlação entre polarização afetiva e participação eleitoral aumentou significativamente ao longo das últimas duas décadas. Há ainda uma relação assimétrica com o sentido do voto, que beneficia sobretudo os partidos de esquerda.

O crescimento do Chega na eleição de 2024, paradoxalmente, não contribuiu para um aumento da polarização afetiva. Mais votos significam avaliações mais positivas e por um maior número de eleitores. A normalização retira-lhe potencial de antagonismo entre o eleitorado.

A análise confirma o carácter moderado e estável da polarização afetiva em Portugal. Acontecimentos recentes como a Grande Recessão e as mudanças importantes no sistema partidário português não parecem ter tido um impacto significativo nos níveis de polarização afetiva.

Este antagonismo não reflete apenas diferenças ideológicas, mas uma divisão emocional entre grupos políticos, em que opositores são vistos como membros de um grupo externo, com desconfiança, antipatia e hostilidade.

Polarização afetiva é a tendência para os eleitores desenvolverem sentimentos positivos em relação aos partidos e negativos em relação aos rivais.

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Whether polarization is high/low only tells part of the story; the extent to which such polarization is characterized by a disproportionate degree of affect/disaffect may entail distinct socio-political implications. The two aspects are complementary.

While citizens may not be more polarized than before in most Western democracies, contemporary AP is more heavily characterized by a disproportionate weight of out-group dislike. Even if polarization didn't increase everywhere, it became more negatively driven in many countries.

The difference between these two components yields a measure of polarity of affect. Our results show a pattern of increasing negativity of AP across 10 of the 12 countries. In recent elections in Canada, Greece, Italy, Spain, the UK, and the US, the weight of out-party hate trumps in-party love.

The results confirm a stronger relative importance of out-party hate vis-à-vis in-party love over time. Recently, values of out-party hate tend to approach values of in-party love. In Greece, Italy, Spain, and the United States, out-party hate has actually become a stronger force than in-party love

This becomes more evident through the measures of in-party love and out-party hate (Finkel et al. 2020), that we adapted to multi-party systems. These measures center the degree of in-/out-party affect around the mid-point of the thermometer, to capture their relative strength.

In this article, we try to address this puzzle by disaggregating AP indexes into its two constitutive terms: in-party and out-party (dis)affect. While both tend to decrease over time, the decline in out-party affect is significantly more pronounced.

In a previous article (academic.oup.com/poq/article/...), we have shown that the increase in affective polarization over time is mostly limited to the US. If that is so, why is there so much concern about AP in contemporary democracies?