Machado de Assis Online, por Cláudio Soares
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Machado de Assis Online, por Cláudio Soares
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📖 Biografia de Machado de Assis por Cláudio Soares ✍️ Análises e curiosidades sobre o escritor 📩 Assine também nossa newsletter em http://machadodeassis.online
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🔥 A crítica, nas mãos de Machado virou arte.
A ficção, um ensaio cifrado sobre o Brasil.
— C.S. Soares
Autor de Machado: O Filho do Inverno (Já à venda!)

📖 Uma escavação da vida e da mente que inventaram o Brasil moderno.
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9️⃣ "Deep talk" literário
Ele transformou elegância em lâmina, ironia em veneno e silêncio em denúncia.
Machado não discutia o mundo, infiltrava-se nele.
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8️⃣ A linguagem como código
Machado escrevia por meio do silêncio, da ambiguidade, da elipse. Seu poder estava em não dizer tudo, e deixar que o leitor lesse o que não estava escrito.
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7️⃣ A ficção ensaística
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), o narrador defunto digride, filosofa, ri e destrói a unidade do romance tradicional. Cada pausa é uma ideia disfarçada de devaneio.
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6️⃣ Ensaios diretos
Em O Jornal e o Livro (1859), refletiu sobre a pressa do jornalismo.
Em Instinto de Nacionalidade (1873), disse que o Brasil não se fazia por cor local, mas por sentimento íntimo.
Em A Nova Geração (1879), desmontou Silvio Romero com serenidade venenosa.
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5️⃣ O riso como arma
Sob pseudônimos como Gil e Lara, criou a sátira cerimonial: elogios tão exagerados que implodiam. A reverência servia para ferir.
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4️⃣ Crônicas como laboratório
Em Ao Acaso, transformava o clima, a cidade e o tempo em personagens. O “velho inverno” era metáfora da elite carioca: risos que escondiam tosses, riqueza que ocultava doença moral.
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3️⃣ O peso do folhetim
Em A Mão e a Luva (1874), confessou: o jornal o obrigava ao improviso. Era uma crítica disfarçada à própria engrenagem que o sustentava: a imprensa.
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2️⃣ Prólogos e advertências
Nos prefácios, praticava a autocrítica irônica. Em Ressurreição (1872), chamou o livro de “ensaio em um gênero novo”. Pedia ao leitor o veredito sobre seu destino literário: uma modéstia teatral, como quem já conhece a resposta.
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1️⃣ O ensaio dentro do romance
Machado entrelaçava narrativa e crítica, usando a ficção para comentar a sociedade, a arte e o próprio ato de escrever. Sua obra é um espelho que pensa.
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🧵 Fio: Machado de Assis e a arte do ensaio disfarçado de ficção.

Itamar Vieira Júnior revelou seu fascínio pelas inserções ensaísticas de Machado. A seguir, mostro — com base em Machado: O Filho do Inverno — como cada digressão era também uma reflexão sobre o próprio ato de escrever. 👇
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“Em sua sátira, Machado erguia uma galeria de espelhos falsos em que os leitores, ao rir do que julgavam alheio, deparavam-se com sua própria imagem deformada.”

— C.S. Soares
Machado: O Filho do Inverno
Todo leitor de Machado é, cedo ou tarde, um cúmplice.
Quem não entende o silêncio de Machado, não entende o Brasil.
117 anos depois, Machado é restituído à sua cor, voz e história.
📖 Machado, O Filho do Inverno, de C.S. Soares, revela o homem por trás do mito e o Brasil que tentou esquecê-lo.
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8/8
Restituir a Machado sua negritude não é hipótese.
É o único modo de ler sua obra inteira.
O Machado negro não é variação, é o original.
Tudo o mais foi tentativa de branqueamento da memória.
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A ambiguidade foi sua trincheira.
Um dos pseudônimos que usou, “Cham”, ou Cam, era uma senha cifrada, uma ironia bíblica sobre a cor e a maldição.
No Brasil do século XIX, o talento negro precisava se disfarçar.
Machado entendeu cedo: o silêncio também tem cor.
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Mas, sua escrita nunca foi neutra.
Machado resistiu com o engenho dos que não podem gritar.
Transformou o silêncio em gramática de sobrevivência, aprendeu a farejar o não dito e a escrever nas frestas — onde o poder branco não sabia ler.
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A infância no Morro do Livramento foi “sepultada a céu aberto”.
Sem arquivos, sem retratos, sem herança — Machado cresceu entre a escravidão e a alforria, em uma família de agregados, num limbo onde a memória negra era apagada antes mesmo de nascer.
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Machado foi um homem negro do século XIX, filho da pobreza e sobrevivente de um país fundado na escravidão.
Restituí-lo à sua cor e ao seu corpo não é apenas um acerto de contas com o passado, mas o início da compreensão de sua maior genialidade.
3/8
Por mais de um século, a crítica fabricou um “mito etéreo, quase sem passado” de Machado de Assis: um gênio sem cor, sem origem, sem chão.
Esse apagamento não foi acidental: foi sistemático.
A biografia de Machado exige uma arqueologia do que foi ocultado.
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Durante mais de um século, o Brasil venerou Machado de Assis: mas raramente o enxergou por inteiro.
O gênio foi consagrado, o homem foi apagado.
Esta é a história de como um escritor negro venceu o silêncio e transformou o disfarce em arte.
(Salve este fio para reler depois!)
1/8
Machado de Assis escrevia para quem? Para o século XIX ou para o XXI?
O Brasil apagou a cor de Machado de Assis. Depois, o chamou de gênio.
Machado de Assis foi, em essência, um professor da consciência.
Transformou a exclusão em método, o silêncio em discurso, a ironia em pedagogia.
Seu legado é um curso invisível e eterno sobre como pensar com elegância.

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#MachadodeAssis #FioLiterário #Cultura
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