Carol Bonomi 🇵🇸
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👩‍🎓 Doutoranda @pagu.unicamp; 🔎 Pesquisadora @prepamericadosul; 📝colunista @revistaazmina 📚Educadora e consultora; 📧[email protected] https://linktr.ee/CarolBonomi_
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Ja tem uns 5 anos que venho escrevendo sobre isso. Melhor, alertando. Quem quiser ver mais textos e vídeos, tem la no meu IG carolbonomi_
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O mercado da cura e a moral da dopamina 🧶

Semana passada, recebi uma proposta de parceria publicitária. O produto? Uma cápsula que promete “curar o vício em pornografia”. Dizia restaurar a dopamina, melhorar o foco, reduzir a ansiedade, aumentar a disposição. 👇
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Vc acha que depois de escrever essa thread, teria alguma chance de eu aceitar uma proposta charlatã como essa? Rs
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9. O corpo segue campo de disputa entre culpa e desejo, só que, desta vez, em cápsulas de liberação moral controlada. E talvez essa seja a ironia dos nossos tempos:
até o prazer precisa de bula. E, claro, de um código de desconto.
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8. No fundo, o que se vende não é dopamina. É redenção. A “cura dopaminérgica” é o novo discurso moral do prazer. Ela reatualiza o velho dispositivo da sexualidade que Foucault descreveu: o prazer continua vigiado, agora em gráficos e neurotransmissores. 👇
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7. Vende-se saúde, mas entrega-se moralidade.Vivemos a era dos “eus neuroquímicos” : sujeitos que se compreendem por meio de substâncias e hormônios. A psiquiatrização da vida cotidiana escapa do consultório: infiltra-se na cultura, na linguagem, nas promessas de bem-estar. 👇
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6. simplificada e lógica de consumo afetivo. Nele, a dor legitima o diagnóstico, o diagnóstico abre espaço para o consumo, e o consumo promete alívio. O sofrimento é traduzido em desequilíbrio químico; o desequilíbrio, em falha pessoal; a solução, em cápsula.👇
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5. devolver o controle da vida.Mas o que se vende, no fundo, é outra coisa: uma pedagogia do autocontrole, da pureza dopaminérgica, da performance emocional. Marcado pelo neoliberalismo, os mercados de cura se tornam um campo híbrido entre psicologia popular,neurociência 👇
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4. É o símbolo da saúde pós-pandemia : um tempo em que biotecnologia, espiritualidade e empreendedorismo de si se fundem em promessas de “cura”. Promessas que circulam entre frascos, cursos e terapias que dizem restaurar o equilíbrio interior, aliviar a dor, 👇
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3. o prazer é tratado como doença, e a culpa, como oportunidade de mercado. É a biologia convertida em moral, o marketing sob a roupagem de ciência. Essa cápsula é mais do que um suplemento. 👇
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2. E por um instante, confesso, hesitei entre o riso e o incômodo. Não pelo absurdo científico — mas pelo sintoma social. A fórmula? Uma mistura genérica de vitaminas e hormônios, sem qualquer comprovação.
Mas o discurso é preciso, sedutor, quase redentor: 👇
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O mercado da cura e a moral da dopamina 🧶

Semana passada, recebi uma proposta de parceria publicitária. O produto? Uma cápsula que promete “curar o vício em pornografia”. Dizia restaurar a dopamina, melhorar o foco, reduzir a ansiedade, aumentar a disposição. 👇
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Hoje às 18h, estarei a primeira vez com a @leituraspretas e outras pessoas incríveis para debater conservadorismos. Bora?
www.youtube.com/live/Yw7pZoS...
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9. Então fica a provocação: se sabemos que, em qualquer cenário, sempre haverá quem permaneça, será que ainda faz sentido insistir no discurso de que esse trabalho “não deveria existir”?
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8. O gosto, por qualquer motivo que seja, não pode ser o critério que decide se políticas públicas devem ou não existir. O critério deve ser sempre dignidade e direitos. 👇
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7. Mas mesmo assim, continuaremos encontrando pessoas que permanecem, porque fazem desse trabalho um projeto de vida — ou simplesmente porque gostam. Falar em gostar é delicado, porque muitos entendem como “romantização”. Mas negar essa possibilidade é negar experiências reais. 👇
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6. Na prática, políticas públicas adequadas deveriam, sim, garantir: a) condições dignas para todos, mesmo pra quem não deseja permanecer; b) valorização do trabalho formal em geral (salários justos, jornada adequada, transporte, saúde, alimentação).👇
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5. múltiplos motivos que levam alguém a permanecer. Mesmo em países proibicionistas ou em momentos históricos de grande repressão, sempre houve quem seguisse no trabalho sexual. Há quem diga: “se tivermos políticas públicas, o trabalho sexual vai acabar”. 👇
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4. Diversas leis foram criadas para tentar eliminá-la — e não conseguiram. O que mudou foram as condições de vida e de trabalho: mais precariedade, mais estigma, mais vulnerabilidade. Talvez o problema esteja na própria pergunta. Ficar apenas na questão da “entrada” nos impede de enxergar os 👇
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3. em algo a ser resolvido apenas pela saída econômica, sem considerar os múltiplos motivos que levam alguém a permanecer. Se olharmos para a história, veremos que a prostituição atravessou a escravidão, a ditadura, epidemias, a neoliberalização. 👇
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2. Essas leituras carregam fortes marcas de classe e moralidade: associam o trabalho sexual a corpos considerados desviantes, perigosos ou “menos dignos”. Hoje, a ênfase na pobreza como causa única também reduz uma realidade muito mais complexa, transforma a questão 👇
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Durante muito tempo, até mesmo nos estudos médicos sobre prostituição, a entrada nessa ocupação foi interpretada como sinal de histeria, degeneração ou doença moral. Depois, como consequência de traumas e violências. Mais recentemente, como resultado direto da pobreza. 🧵.
Reposted by Carol Bonomi 🇵🇸
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Os responsáveis pelo impeachment da Dilma usando esse caos pra se venderem como terceira via e “pacificadores do Brasil” é a cereja nesse bolo de merda fedida que o Congresso tá nos fazendo engolir.
eixopolitico.com.br
🇧🇷 AGORA: Relator do PL da Anistia, deputado Paulinho da Força, se reúne com Aécio Neves e Michel Temer para tratar sobre o projeto.

Eles defenderam que o PL trate apenas sobre a dosimetria das penas, que possa “pacificar o país” e que “o Brasil precisa pensar no futuro”.
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Simmm, amigaaaa. Eu to amando